O Direito do Homem

por Ary Brasil Marques

Um dos fatores que distingue os seres humanos dos animais é a faculdade que os mesmos possuem de pensar.

Penso, logo existo. Cada pessoa no planeta é livre para pensar e escolher o que quer para si em matéria de crença, de religião ou de postura diante da vida.

Algumas pessoas acreditam em Deus e na vida após a morte. Outras, não.

Há gente que segue os ensinamentos da Bíblia, outros do Alcorão, do Torá, de Buda, de Kardec ou de outros milhares de correntes religiosas ou filosóficas.

Temos a tendência de nos unir às pessoas que pensam como nós, formando grupos estanques e trazendo com essa prática uma imensa divisão entre os homens, contrariando fundamentalmente os ensinos de todos os grandes líderes religiosos. Jesus Cristo, o mais perfeito ser que passou por nosso planeta, deixou como ensino básico para todos nós o “amai-vos uns aos outros.”

Não há nada de errado no fato das pessoas se agruparem por afinidade e maneira parecida de pensar, desde que ame também o próximo diferente sem qualquer condição, respeitando cada um o direito e o pensamento do outro.

Grande parte das pessoas que se une em organizações religiosas transforma sua religião em verdadeiro clube de futebol, e o fanatismo delas se iguala a dos violentos torcedores que agridem os adeptos de outras agremiações.

Voltaire nos deixou uma frase célebre: “Posso não concordar com nenhuma palavra do que você está dizendo, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las.”

Somos todos irmãos, filhos do mesmo Deus. Somos livres para pensar e temos o direito de escolha do caminho que devemos seguir.

A Declaração Universal dos Direitos do Homem dá a todo ser humano o direito de pensar livremente. É claro que a população da Terra é heterogênea e a unanimidade é impossível, e cada pessoa pensa e age de acordo com o seu atual estágio evolutivo.

Respeitemos o outro. Mais do que isso, amemo-lo como nosso verdadeiro irmão, pois ele o é, mesmo não pertencendo à nossa grei ou religião.

SBC, 29/05/2010.

Escravo do Elogio, por Wellington Balbo

Renato começava a se destacar no palco da vida.

Eram aplausos, elogios, tapinhas nas costas, bajulação…

Não tardou para que o pomposo rótulo de estrela aparecesse como uma espécie de sobrenome.

Sua opinião era sempre respeitada, suas frases tornavam-se chavão e seu comportamento começou a ser imitado por infindável número de pessoas.

Logo, Renato por ser tão requisitado começou a sentir-se o Dono do Mundo.

Passou a considerar-se insubstituível.

Um “Escolhido”, era assim que se intitulava.

Embriagado pelos elogios, passou a ter devaneios, julgava-se infalível e queria moldar todos a seu modo.

Quem não pensasse como ele estava errado.

Quem não lhe imitasse estava “fora de moda”.

Seu jeito de falar – O Melhor.

Sua maneira de ser – A mais Adequada.

Seu sorriso – O mais Bonito.

Suas frases prediletas eram:

– Eu disse, eu avisei.

– Se todos fossem como eu o mundo estaria melhor.

– Para as coisas darem certo, vocês têm que ser como eu sou.

Não percebeu que assim perdia sua identidade e dava largo passo à loucura.

Algum tempo depois, o povo e a mídia elegeram outro ídolo.

Renato ficou órfão da bajulação, mas não perdeu a pose, continuou querendo moldar todos que o rodeavam.

Foi perdendo amigos, namorada, o emprego…

Familiares afastaram-se por não mais quererem conviver com sua arrogância.

Hoje, Renato tenta colher aplausos de seus colegas no hospício em que está internado…

O mundo aplaude, mas também apupa.

Os elogios são sementes lançadas ao solo de nosso coração que devem ser cultivadas com todo cuidado.

Quem, à semelhança de Renato, deixa-se arrastar pelos elogios perdendo as noções da realidade a considerar-se acima do bem e do mal, habilita-se ao desequilíbrio.

Mais prudente encará-los como estímulos para que melhoremos cada vez mais.

Diz o dito popular: canja de galinha não faz mal a ninguém.

Seguindo as recomendações do adágio popular, nosso Chico Xavier, prudente como um sábio, dizia ser apenas uma formiguinha, das menores, que anda pela Terra cumprindo sua obrigação.

O médium agindo assim livrava-se dos inconvenientes de sentir-se a cereja do bolo.

Espíritos mais adiantados como Chico tem plena consciência do estágio evolutivo em que estão. Encaram, portanto, os elogios como estímulos para o prosseguimento de sua missão, nada além disso.

São muitos casos de gente que conheceu holofotes e aplausos e aprisionaram-se a eles.

Quando cessaram os tapas nas costas caíram em depressão.

Faltou a eles o reconhecimento de que somos uma formiguinha, das menores, que anda pela Terra cumprindo nossa obrigação.

Chico sabia disso.

Para nosso equilíbrio é bom aprendermos também.

Pensemos nisso

Há Exatos 30 Anos, na Globo

email enviado por Samuel Lima

No dia 23 de maio de 1980, às 21 horas, a TV Globo levou ao ar para todo o Brasil, dirigido pelo uberabense e espírita Augusto César Vannucci, um dos mais belos programas já produzidos na televisão em homenagem a alguém. UM HOMEM CHAMADO AMOR, o nome do programa que surgia como apoio e divulgação à campanha do Prêmio Nobel da Paz para Chico Xavier.

O Especial emocionou o povo brasileiro.

Artistas dos mais expressivos do Teatro e da Música participaram com grande brilhantismo e, entre eles, destacamos Tony Ramos, Elis Regina, Lady Francisco, Nair Bello, Glória Menezes, Lima Duarte, Paulo Figueiredo, Vanusa, Eva Vilma, Felipe Carone, Roberto Carlos…

Gilberto Gil compôs em homenagem ao Chico a música No Céu da Vibração, que Elis Regina interpretou como só ela poderia ter feito.

Ao final, Chico psicografou diante das câmeras belíssima página de Emmanuel, aqui inserida, sintetizando o tema abordado ao longo de todo o programa, que, diga-se de passagem, alcançou altíssimos índices de audiência.

Eis a mensagem de Emmanuel:

Amigos, Jesus nos abençoe.

A inteligência humana conseguirá atingir as maiores realizações.

Poderá conhecer a estrutura de outros mundos.

Construir no piso dos mares.

Escalar os mais altos montes.

Interferir no código genético das criaturas.

Decifrar os segredos da vida cósmica.

Penetrar os domínios da mente e controlá-los.

Inventar os mais sofisticados aparelhos que propiciem o reconforto.

Criar estatutos para o relacionamento social e transformá-los, segundo suas próprias conveniências.

Levantar arranhacéus ou materializar as mais arrojadas fantasias.

Entretanto, nunca poderá alterar as leis fundamentais de Deus e nem viver sem amor.

O jornalista Arthur da Távola, sob a inspiração da Campanha do Prêmio Nobel a Chico Xavier, escreveu nas páginas do jornal O Globo, em 26 de maio de 1980, o que consideramos um dos melhores artigos produzidos sobre o médium na imprensa leiga.

A FIGURA DE COMUNICAÇÃO DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Independente de qualquer posição pessoal, crença ou conviccção, a figura de comunicação de Francisco Cândido Xavier percorre décadas da vida brasileira, operando um fenômeno (refiro-me à comunicação terrena mesmo) de validade única, peculiar, originalíssima. Não vou, portanto, por falta de autoridade para tal, analisá-lo do ângulo religioso e, sim, as relações de sua figura de comunicação com o público.

Com todos os significantes necessários a já ter desaparecido ou ter-se isolado como um fenômeno passageiro, a figura de comunicação de Francisco Cândido Xavier, no entanto, ganha um significado profundo, duradouro, acima e além de paixões religiosas, doutrinas científicas ou interpretações metafísicas.

A inexistência de um tipo físico favorecedor funciona como outro curioso paradoxo a emergir da figura de comunicação de Chico Xavier. Aquele homem de fala mansa, peruca, acentuado estrabismo, pessoa de humildade e tolerância, não configura o tipo físico idealizado do líder religioso, do chefe de seita, do místico impressionante.

A clássica barba dos místicos ou a cabeleira descuidada ou olhar penetrante e agudo dos líderes inexistem no visual de Chico Xavier, Acrescente-se a inexistência, em seu modo de vestir, de qualquer originalidade ou definição de estilo próprio, ainda que contestador dos estilos formais e burgueses.

Não tem, portanto, Chico Xavier, nos aspectos externos e formais de sua figura de comunicação, nenhum dos elementos habitualmente consagrados como funcionais ou impressionantes dos aspectos externos do grande público, elementos de comunicação incorporados consciente ou inconscientemente por figuras importantes nas religiões. Até a figura do Papa líder de uma comunidade religiosa, é envolta em pompa e festa, estratégia visual destinada à maior pregnância de sua mensagem e à definição de sua posição como símbolo. Nem mesmo a mais decidida modéstia e humildade pessoal de vários papas são suficientes para que a figura papal se desvista da pompa e simbologia relativas ao reinado que representa. Até nas religiões orientais, menos pomposas, as figuras líderes são cercadas da visão carismática do líder.

Francisco Cândido Xavier, porém, representa uma espécie de antítese vitoriosa da figura carismática. Não tem, do ponto de vista externo ou visual, nenhum elemento característico. Até ao contrário. Pessoalmente, é o anticarisma. Funciona como símbolo de negação de qualquer pompa ou formalidade, um retorno talvez à pureza primitiva dos movimentos religiosos.

E no entanto emerge da figura dele uma das mais poderosas forças de identificação da vida brasileira. Ele é uma espécie de líder desvalido dos desvalidos, dos carentes, dos sofredores, dos não onipotentes, dos despretensiosos, dos modestos, dos dispostos a perder para ganhar.

Curiosamente, tal posição é conquistada naturalmente e sem qualquer traço político direto de tomada de posição ao lado dos fracos num século em que a revolução social aparece como a tônica e como a grande aglutinadora dos movimentos humanos, inclusive os religiosos. Sem qualquer formulação política, sem qualquer mensagem diretamente relacionada com a exploração do homem, sem qualquer revolta direta e institucionalizada contra a miséria ou a injustiça, Francisco Cândido Xavier emerge com a força do perdão, da tolerância, da fraternidade real, da fraqueza forte, da fé, da humildade e do despojamento erigidos como regra de vida, como trabalho efetivo da caridade; da não pompa; da não hierarquia; da não violência em qualquer de suas manifestações, mesmo as disfarçadas em poder, glória, secretismo, hermetismo, iniciação, poder temporal ou promessa de vida eterna.

A figura de comunicação de Francisco Cândido Xavier emerge, portanto, de uma relação profunda e misteriosa com um certo modo de sentir do homem brasileiro, relação esta ainda insuficientemente estudada ou conhecida até mesmo pelos que a vivem, comandam ou exercem. Até mesmo para ele, Francisco, deve haver muita coisa envolta em mistério, um mistério que os seguidores dele tentam definir e enchem-se de explicações científicas ou cientificizantes, religiosas ou religiosizantes, psicológicas, parapsicológicas ou parapsicologizantes.

Para tal contribui, além do aspecto misterioso da psicografia e da relação com os que morreram, a igualmente misteriosa aura de paz e pacificação que domina os que com ele se relacionam pessoalmente ou via meios de comunicação, na relação cuidada e cautelosa, equilibrada e pouco frequente por ele mantida com a televisão, na qual aparece muito pouco, uma vez por ano no máximo e sempre para grandes públicos.

Além da aura de paz e pacificação que parte dele, há um outro elemento poderoso a explicar o fascínio e a durabilidade da impressionante figura de comunicação de Francisco Cândido Xavier: a grande seriedade pessoal do médium, a dedicação integral de sua vida aos que sofrem e o desinteresse material absoluto. A canalização de todo o dinheiro levantado em direitos autorais para as variadíssimas atividades assistenciais espíritas dão a Chico Xavier uma autoridade moral – tanto maior porque não reivindicada por ele – que o coloca entre os grandes líderes religiosos do nosso tempo.

Quem se aproximar da atividade real de assistência material e espiritual da comunidade espiritualista brasileira verificará que ela é íntegra e heróica, tal e qual o que há e sempre houve de melhor em assistência de religiões como a católica e a protestante (entre nós), prodígios de dedicação, silêncio e humildade que justificam as vidas dos que delas participam.

Síntese final:

A integridade pessoal; a íntima relação entre a pregação e a própria vida; a honestidade de seus seguidores; a ausência completa de significantes externos; o contato com o mistério; a ausência de qualquer forma de violência em sua figura e pregação; a nenhuma subordinação a hierarquias aprisionantes; a discrição pessoal; a nenhuma procura de poder político, temporal ou econômico para o desempenho da própria missão; as formas originais de organização interna do seu movimento, sem personalismos ou autoritarismos – tudo isso gera uma figura de comunicação de alta força, mistério, empatia e grandeza moral, principalmente se considerarmos que enfrentou e ultrapassou tempos diferentes do atual (no qual o ecumenismo felizmente impôs-se). Antes, manifestações como as dele eram removidas como bruxaria ou perigosa, ou bárbaras ou alucinantes quaisquer manifestações místico-religiosas diferentes ou discrepantes da religião da classe dominante.

Livro: 100 Anos de Chico Xavier – Fenômeno Humano e Mediúnico

Carlos A. Baccelli

LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo

O Desafio do Centro Espírita

Richard Simonetti
Richard Simonetti

por Richard Simonetti

1 –     O centenário do nascimento de Chico Xavier levou a Doutrina Espírita para a mídia, com intensidade inimaginável. Nunca se falou tanto de Espiritismo nos órgãos de comunicação. Como você vê essa exposição em termos de economia para o movimento?

Sem dúvida, algo muito positivo. Sem irreverência, diria que mesmo depois de “morto” Chico continua fazendo pelo movimento espírita mais do que todos os espíritas juntos. O problema é “capitalizar” esse benefício.

2 –     O que seria essa “capitalização”?

Fazer repercutir essa exposição na mídia em dinamização do Espiritismo no Brasil, a partir de pessoas que se interessem pelos seus princípios e se integrem no Centro Espírita, a célula básica.

3 –     Qual a dificuldade maior nesse sentido?

As limitações das casas espíritas. Um data show, um boletim informativo, uma biblioteca, uma livraria, um clube do livro espírita, palestras bem fundamentadas, serviço de atendimento fraterno e passes magnéticos, cursos de Espiritismo, reuniões mediúnicas com observância dos princípios doutrinários, tudo isso é básico para acolher as pessoas que hoje nos procuram.

4 –     Considerando que a maior parte dos Centros Espíritas é de pequeno porte, com poucos colaboradores, não seria exigir demais de seus dirigentes?

Não estamos confundindo efeito com causa? Não será o Centro pequeno por falta de iniciativa dos dirigentes?

5 –     A que atribuir essa falta de iniciativa?

Um sacerdote católico estuda no mínimo quinze anos no seminário para ordenar-se; algo semelhante com os pastores protestantes das igrejas tradicionais. Aprendem a falar em público, a administrar a igreja, a motivar os fiéis… No movimento espírita, alguém entusiasma-se com práticas mediúnicas, funda um Centro Espírita, constrói uma sede, não raro com seus próprios recursos, e torna-se presidente vitalício, sem nenhum preparo para o cargo, sem conhecimento doutrinário, sem noções de administração de uma casa espírita. Resultado: estagnação.

6 –     Uma escola para dirigentes não desembocaria no profissionalismo religioso, contrário aos princípios doutrinários?

A ideia não é uma escola para dirigentes, mas que os dirigentes frequentem a escola, isto é, que estejam sempre atentos à necessidade do estudo, do aprimoramento de sua atuação, da frequência aos cursos hoje ministrados pelos órgãos de unificação, empenhados em oferecer aos dirigentes a orientação necessária para que realizem um bom trabalho.

7 –     O que pode ser feito?

Em primeiro lugar, superar a pretensão da autossuficiência. Geralmente dirigentes assim sentem-se meio “donos da verdade”, recusando-se a admitir suas próprias limitações. Tendem a centralizar tudo em suas mãos, nada fazem e nada deixam fazer, “ancorando” o “barco”. O dirigente deve ser um “leme”, estabelecendo as diretrizes gerais, conforme a orientação doutrinária, e deixando os companheiros navegarem ao influxo de suas iniciativas.

8 –     E como transformar o âncora em leme?

Está sendo lançado pela CEAC-Editora, de Bauru, meu livro Por uma vida melhor, onde, a par de algumas reflexões sobre os caminhos que nos levam a uma existência  saudável e feliz, e, sem pretender “falar de cátedra”, ofereço aos confrades algumas sugestões para que o Centro Espírita cumpra suas funções de divulgação doutrinária e ajuda aos necessitados de todos os matizes.

O CPF

Ary Brasil Marques
Ary Brasil Marques

por Ary Brasil Marques

O governo brasileiro criou um instrumento perfeito que lhe permite controlar a vida de todos nós e com o seu uso, através de cruzamento de dados feitos por modernos computadores, arrecadar cada vez mais tributos.

Pelo CPF, as pessoas passam a ser um número, que dá ao Fisco condições de avaliar as riquezas que cada um possui. O aumento patrimonial de cada contribuinte é avaliado e conferido pelas informações bancárias, dos registros de imóveis, dos cartões de crédito, dos Detrans, das financeiras, das agências de viagens e turismo, das bolsas de valores e de outros meios. Com isso, o Leão, nome com se chama o monstro arrecadador do imposto de renda, cruza os dados informados por cada um dos declarantes no final de cada ano e tem condições de cobrar dos indefesos portadores do CPF o imposto de renda que determina a Lei. O valor arrecadado teoricamente serviria para o desenvolvimento do país, e aumenta a cada ano. Infelizmente dois grandes fatores impedem que esse objetivo não seja alcançado em toda a sua plenitude: a sonegação da maioria dos contribuintes e o uso criminoso dos valores arrecadados em benefício de governantes sem escrúpulos.

Na teoria, é difícil fugir das garras do leão, e isso só acontece porque a fiscalização ainda não é perfeita e também é influenciada pela corrupção de ambas as partes.

O dia que o governo alcançar uma maneira de aproveitar o progresso da tecnologia e da informática com perfeição, não mais será possível a sonegação existente até hoje.

No plano espiritual também existe um instrumento de controle individual, com a diferença que as informações de cada espírito são armazenadas em arquivos chamados registros akásicos.

Ao contrário do CPF terreno, os registros de cada um de nós não permitem falhas ou sonegações de espécie alguma. Esses registros ajudam a criatura a se desenvolver e a evoluir, utilizando todos os atos bons e maus de cada um, que são ali registrados e que acompanham os espíritos em todas as suas encarnações. Os espíritos superiores se servem desses registros não para punir mas para ajudar a cada um na sua trajetória ascencional rumo à perfeição.

Lá não se pode esconder nada, sonegar informações pessoais  ou burlar o semelhante, e Deus permite a cada um de seus filhos ter na própria consciência as linhas mestras desses registros. Dessa forma, ninguém pode alegar ignorância e praticar o mal, pois dentro de si mesmo a pessoa sabe qual o caminho certo a seguir.

Resumindo: Na Terra, o CPF nos controla e nos coage. Na espiritualidade, nossos registros nos impulsionam a crescer e a buscar o caminho do amor, com a aplicação da Lei de Ação e Reação, e cada um vai recebendo de volta aquilo que plantou, aprendendo com esse instrumento maravilhoso a evoluir.

SBC, 01/05/2010.

A Força do Exemplo

Richard Simonetti
Richard Simonetti

por Richard Simonetti

Vós sois a luz do Mundo. Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte. Nem se acende uma candeia* para colocá-la debaixo do alqueire*, mas no velador*, a iluminar todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos Céus (Mateus, 5:14-16).

– Tenho sério problema com minha esposa. Acha que Espiritismo é coisa do diabo.

– Ela conhece a Doutrina?

– Que nada! Nem se dá ao trabalho de folhear jornais e livros que levo para casa.

– Sugeriu que participe de uma reunião doutrinária para superar a impressão negativa?

– Não admite sequer falar a respeito e acha ruim quando saio. Sou obrigado a dar uma “engrossada” para que respeite meus compromissos.

– Experimente instituir o Culto do Evangelho no Lar. É valiosa oportunidade de trocar idéias em torno das lições de Jesus, harmonizando o ambiente doméstico.

– Conheço minha mulher. Acabaríamos em pancadaria verbal.

– E o relacionamento entre vocês?

– Ela é feminista de carteirinha. Vive a proclamar igualdade de direitos, esperando que eu assuma encargos domésticos. Comigo não! Mulher tem que ser submissa ao marido. Por isso brigamos muito.

– Experimente exercitar cooperação, compreensão e tolerância, como ensina o Espiritismo.

– Aí será demais! Se demonstrar fraqueza ela toma conta.

– É mais provável que com seu exemplo a esposa se convença de que Espiritismo é algo muito bom. Faz de você um verdadeiro cristão. Pense nisso…

* Candeia: Lâmpada rudimentar alimentada por óleo.

* Alqueire: Antigo recipiente que funcionava como medida para secos e molhados.

* Velador: Suporte para fixação da candeia. Candelabro.

EM TRINTA SEGUNDOS: RELIGIÃO

– Qual a melhor religião?

– Qual a melhor comida?

– Depende do paladar.

– Assim é a religião.

– Todas são boas?

– Sim, questão de opção.

– Então cada qual escolhe a que lhe agrade…

– Perfeito, desde que haja religiosidade.

– O que é isso?

– Vivenciar os princípios religiosos.

– De que forma?

– Aprendendo a servir.

– O que tem a religião a ver com isso?

– A religião é o caminho; servir é o caminhar.

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Espiritismo na Folha de São Paulo (26/04)

SUCESSO DO ALÉM – Obras Ligadas ao Espiritismo Aumenta Procura por Centros
Matéria do jornal Folha de São Paulo de 26 de abril de 2010 – Ilustrada.

Onda de Obras Ligadas ao Espiritismo Aumenta Procura por Centros e Ajuda Espíritas e Simpatizantes a “saírem do armário”.

Por Fernanda Mena Laura Mattos, da reportagem local.


O fenômeno de bilheteria do filme “Chico Xavier” e a onda de produções ligadas ao espiritismo, que têm marcado 2010, estão ajudando espíritas brasileiros a “saírem do armário”.

“O discurso de reconhecimento da doutrina e de figuras centrais do espiritismo vai ajudar muita gente a assumir que é espírita”, avalia Célia Arribas, socióloga e pesquisadora da USP, autora do livro “Afinal, Espiritismo É Religião?” (Alameda Editorial), com lançamento previsto para maio. “Usando uma linguagem figurativa, é possível dizer que eles vão sair do armário.”


Para Geraldo Campetti, diretor da Federação Espírita Brasileira (FEB), a difusão da doutrina realizada pelo filme, já visto por mais de 2 milhões de brasileiros, é um marco. “O espiritismo era um, antes de 2010, e será outro, após o final deste ano”, analisa.

“Esse impacto fica visível na crescente demanda por informações que, desde a estreia do filme, tem ocorrido nos centros espíritas de todo o país.”


Junte-se ao sucesso do filme a novela “Escrito nas Estrelas”, da TV Globo, que teve audiência média, nas duas primeiras semanas, superior à de suas antecessoras no horário. Na trama, o protagonista morre e segue o enredo como espírito.

Além disso, até o final do ano, devem ser lançadas uma minissérie na Globo e três filmes em que a vida após a morte ou a mediunidade tem papel principal. Entre eles, chega aos cinemas em setembro o filme “Nosso Lar”, baseado em livro homônimo de Chico Xavier, que já vendeu cerca de 2 milhões de exemplares desde sua primeira edição, em 1944.

Ser ou não ser


O sucesso de obras de temática espírita, no entanto, não pode ser explicado apenas com dados de pesquisas demográficas, que apontam existir no país cerca de 4 milhões de espíritas declarados. Segundo estimativa da FEB, somados praticantes e simpatizantes, esse número deve chegar a 23 milhões de brasileiros. Isso porque espiritismo não é uma religião proselitista. Logo, frequentar um centro espírita é diferente de ser espírita.

“Vou a um centro, mas também sou judia”, diz Sandra Becher, 30, na saída de uma sessão do filme de Daniel Filho.

Hoje, há cerca de 12 mil centros espíritas no país – número que dobrou na última década. Ainda assim, Luís Eduardo Girão, produtor associado de “Chico Xavier”, conta que o filme enfrentou dificuldades de financiamento “porque ainda existe a discriminação”.

Herança dos tempos em que praticar espiritismo era crime, como rezava o primeiro Código Penal do Brasil República, de 1890 – cujos efeitos práticos se estenderam até 1945. A saída encontrada pela elite brasileira, que traduziu a obra de Allan Kardec do francês para o português, foi a produção de uma literatura que introduzisse princípios espíritas numa linguagem romanceada, de maior penetração. Afinal, quem é que não quer saber como é a vida após a morte? Foi a popularização da chamada literatura espírita, estandarte das listas de mais vendidos, que abriu caminho para a boa performance do espiritismo no cinema e na TV.

“Este é um mercado que se tornou promissor economicamente”, explica Sandra Stoll, autora do livro “Espiritismo à Brasileira” (Edusp). “As produções cinematográficas têm apenas capitalizado um público simpatizante e predisposto, que é enorme.”


Centros espíritas são laboratórios de promoção de filmes


Produtores promovem pré-estreias especiais para adeptos da doutrina e estimulam estratégias de divulgação boca a boca.


Pesquisas de opinião com religiosos reorientam roteiros de filmes, em que simpatizantes atuam por trás e diante das câmeras Da reportagem local.

“Bezerra de Menezes – O Diário de Um Espírito”, de 2008, se tornou um exemplo clássico de como obras ligadas ao espiritismo podem se tornar fenômeno de público, especialmente se contarem com o boca a boca dos adeptos da religião.

Projeto de um empresário de turismo de Fortaleza, o longa-metragem não investiu em publicidade e foi exibido em apenas 44 salas de cinema no país – lançamentos grandes costumam chegar a mais de 300.

O filme sobre o médico e político cearense do século 19, chamado de “Allan Kardec brasileiro”, surpreendeu grandes investidores do cinema ao atingir 505 mil espectadores e ter mais de 41 mil DVDs vendidos.

Espírita, Luís Eduardo Girão não se aventurou no cinema sem antes fazer duas apresentações laboratoriais em grandes eventos ligados à religião: o Fórum Espiritual Mundial, no Brasil, e Congresso Espírita Mundial, na Colômbia.

“Com a reação das pessoas, mudamos completamente o projeto e abandonamos a ideia de docudrama”, conta Girão, que criou a produtora Estação Luz Filmes e está filmando outro longa espírita, “As Mães de Chico Xavier”, além de ter se tornado investidor e produtor do filme de Daniel Filho.

Diretor-geral da Sony Pictures no Brasil, distribuidora de “Chico Xavier”, Rodrigo Saturnino conta que a bilheteria recordista foi também consequência de “um trabalho de divulgação com espíritas, como pré-estreias para dirigentes de entidades e divulgação via internet para os centros”.

Silvia Puglia, presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo, conta que houve uma verdadeira corrente entre os centros espíritas para divulgar “Bezerra de Menezes” e “Chico Xavier”. Ela foi convidada para uma das pré-estreias do longa de Daniel Filho dirigidas a entidades espíritas.

Estratégia semelhante será usada pelo longa “Nosso Lar”, baseado em livro de Chico Xavier e coproduzido pela Fox, a ser lançado em setembro.

“Estamos fazendo um trabalho junto aos centros espíritas. Teremos sessões especiais organizadas por essas entidades. Muitas delas já estão nos procurando e vão nos dar um grande suporte. O boca a boca entre espíritas é muito importante”, diz a produtora do filme, Iafa Britz, que tem no currículo os sucessos de bilheteria “Se Eu Fosse Você 1 e 2”.

Britz é judia e espírita. Já o diretor, Wagner de Assis, é católico e espírita. “Nós costumamos fazer obras com as quais nos identificamos”, conta a produtora.

Esse é também o caso de outro novo diretor de obras espíritas. Tomy Blazic dirigirá “Ninguém É de Ninguém”, baseado em livro da autora de best-sellers espíritas Zíbia Gasparetto. “As pessoas têm curiosidade de entender como o outro lado é”. Girão completa: “O gênero veio para ficar”. Reportagem de Laura Mattos e Fernanda Mena.

Acidente na Globo Torna Ator Espírita


Após acidente na Globo, Carlos Vereza se converteu ao espiritismo.

Intérprete de Bezerra de Menezes no cinema e de um espírito na atual novela das seis da Globo, Carlos Vereza, 69, é espírita desde 1990. À Folha, contou ter procurado um centro espírita após sofrer acidente de trabalho na Globo que o levou a ter labirintite e depressão. Leia entrevista com ele:

O ator Carlos Vereza, 69, recebeu apenas cachê simbólico para interpretar o protagonista do filme “Bezerra de Menezes – O Diário de Um Espírito”. Espírita desde 1990, ele também está feliz com o papel do espírito de luz Athael na novela das seis da Globo, “Escrito nas Estrelas”. Em entrevista à Folha, o ator contou ter se convertido ao espiritismo após sofrer um acidente de trabalho na Globo.

“Eu não tinha nenhuma religião. Sempre acreditei em Deus, mas esse mundo era distante. Você chega ao espiritismo pelo amor, pela dor ou razão. Eu sofri um acidente de trabalho na Globo, um tiro, um efeito especial mal feito. Colocam pólvora no local e acionaram por um controle remoto. Era um seriado medíocre chamado Delegacia de Mulheres”, lembrou.

Vereza conta que seu ouvido interno foi atingido. “Fiquei com labirintite e tive que parar de trabalhar, o que me levou à depressão. Os médicos diziam que não tinha como resolver. Fui internado em várias clínicas. Procurei o centro Frei Luiz, indicado por uma tia católica que me disse que um primo havia sido curado lá de leucemia. Em sete meses, eles me curaram”, disse.

Depois disso, Vereza se tornou médium e é voluntário no centro até hoje. Ele acredita que o sucesso do filme “Bezerra de Menezes”, visto por mais de meio milhão de pessoas, abriu uma “corrente de obras espiritualistas”. “Se está tendo sucesso, e isso é lei de mercado, é porque as pessoas estão precisando. Os produtores fazem pesquisas e começam a perceber que o público precisa de um pouco de paz, de uma respiração”.

Sobre a novela, cujo protagonista morre no primeiro capítulo e segue como espírito na trama, Vereza disse que, até onde leu o roteiro, “está absolutamente fiel à doutrina espírita”.

Comentário


Ao final, não se aplaude o filme, mas a memória do médium Chico Xavier. Por Nina Lemos, colunista da Folha.

Na entrada da sala, cerca de 200 pessoas esperam agitadas. “Aqui é a fila do Chico Xavier?”.

A pergunta é feita a cada cinco minutos. Parece que vamos, de fato, encontrar o famoso médium para pedir um passe, uma carta psicografada. A cena ocorre num domingo no Shopping Frei Caneca, São Paulo.

Grupinhos de senhoras vestindo moletom chegam agitadas. A frequência do shopping, famoso por ser point gay, é alterada graças à magia do espiritismo. Meninos abraçados convivem em harmonia com senhoras em cadeiras de rodas conduzidas por suas filhas. Prova de que Chico Xavier, além de lotar cinemas, produziu o milagre da tolerância… O clima de centro espírita é reforçado pelas conversas na fila. Com ar de expectativa, os cinéfilos-espíritas falam sobre coisas do além. “Você já viu no Youtube a cena da morte dele, é chocante, aparece uma luz”, conta às amigas a dona de casa Valéria Pizzutti, 48, kardecista.

As conversas sobre as coisas que acontecem “do lado de lá” contagiam até quem não é espírita de carteirinha. “A gente sempre tem curiosidade sobre as coisas sem explicação, sou meio mística”, diz a cabeleireira Josefa dos Santos, 40.

Não estamos entrando para uma exibição comum, mas numa espécie de sessão espírita.

O clima de culto aumenta na sala de cinema lotada. Quando Chico Xavier reza, as pessoas rezam baixinho. Em outros momentos, sussurram músicas religiosas. A plateia vibra em cada cena engraçada. Mas, mais que isso, se acaba de chorar. De verdade. Na cadeira ao lado, uma senhora está aos prantos. Quando o espetáculo acaba, ele é aplaudido entusiasticamente. Não, não estamos aclamando o filme, mas sim Chico Xavier, e a possibilidade de ter explicação para aquelas coisas que acontecem “do outro lado”.

“Que coisa mais linda! Falaram que em toda sessão é assim”, comenta a vizinha de cadeira com sua amiga.

Na saída, o clima de alegre expectativa muda. Todos estão em silêncio. Respeitosos. Impossível não comparar isso com a saída de uma missa. Ou de um culto em um centro espírita de verdade. Mas, no fundo, não foi isso que aconteceu na sala de cinema do shopping?

Desígnios Divinos (Mensagem psicografada pelo médium Vicente Benedito Batagello)

Saibamos aceitar os desígnios Divinos, em qualquer momento de nossas vidas.

Nem sempre são flores e também nem tudo são só espinhos!

Nossas vidas são permeadas por momentos que nós mesmos construímos e muitas das grandes passagens e acontecimentos nós mesmos é que pedimos. Não duvidemos desta certeza já que não há outra resposta para circunstâncias que passamos e não encontramos o devido aclaramento sob os olhos do mundo material.

Virá um dia em que tudo isto se converterá em certeza, mas, enquanto isto não ocorre, necessitamos de serenar nossos corações e nossos pensamentos, elevar ao alto nossos melhores votos e entregar nossos desígnios ao Criador. Só Ele, ninguém mais, é que tem conhecimento de nossos compromissos e de nossas responsabilidades e poderá nos orientar, em qualquer momento de nossas existências.

Aqui estamos vivendo experiências materiais e procedendo ao consertamento de nossas almas. O aprimoramento constante requer de nós as melhores ações e por maior e mais eficazes que sejam, nem sempre atingimos os nossos objetivos. Em grande parte ficamos aquém das nossas responsabilidades; estacionamos e deixamos de fazer “todas” as lições que nos cabem.

Nesta trajetória imperfeita, inferiores que somos, não conseguimos eliminar e nem superar nossas adversidades, alcançando noutras vezes mais débitos por invigilância e desregramentos.

Nossa existência, porém, é muito mais permeada por momentos bons do que aqueles que consideramos “maus”. Esses, aos olhos comuns, assim são tratados, mas são eles que contêm os maiores chamamentos e que nos deixarão os maiores ensinamentos.

Quando somos visitados em nossos lares por perdas inesperadas devemos abrir o coração, deixar de lar a lamúria e ter “fé” no Criador, confiando nEle, pois será este o grande estágio que necessitamos passar para superar os obstáculos que atravancam nossa jornada.

Quanto antes nos entregarmos ao Pai, orando a Jesus, nessas horas, mais cedo nossa vida entrará em conserto com o Mundo Maior e passaremos a ser merecedores das dádivas que nos são destinadas, como compensação por tudo que vivenciamos.

Jamais podemos nos entregar ao desanimo. Nada conseguiremos com tal conduta; só atrasaremos nosso reacerto e os melhores propósitos que nos esperam.

Inexiste o acaso nestes momentos e em quaisquer outros. Tudo é consertamento na obra de cada um e dentro da Vida Maior.

Saibamos aceitar os desígnios Divinos, a qualquer momento, e cerrar fileiras no bem, em busca de melhores momentos para que nossas vidas sejam coroadas de êxito.

Tarefa individual é obra de cada um na busca de dias melhores, seguindo para o progresso.

Jesus seja o guia e o amigo nestas horas.

Força e fé, que tudo se transformará para o nosso bem.

Confiemos e lutemos.

ALEXANDRE DE JESUS

Mensagem psicografada pelo médium Vicente Benedito Batagello, no C.E. Luz e Fraternidade (Casa da Sopa Emilia Santos) , Araçatuba, SP, na noite do dia 03/05/2010

(Texto recebido em email de Vicente Benedito Batagello)