Padre Fábio de Melo tece Comentários sobre Chico Xavier

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por Wellington Balbo

Assisti a entrevista que o Padre Fábio de Melo concedeu à jornalista Marilia Gabriela no canal SBT – Sistema Brasileiro de Televisão no último domingo, 20/06/2010. Entre os inúmeros assuntos abordados, ele narrou um pitoresco fato envolvendo uma fiel que o procurou para falar acerca de um problema grave.

A beata estava preocupada com a repercussão do centenário de nascimento do médium Chico Xavier. Filmes, reportagens e matérias pertinentes à vida do mineiro de Pedro Leopoldo, na opinião da senhora, exercem perniciosa influência na sociedade. Portanto, defensora da moral e dos bons costumes buscou o sacerdote para que ele, quem sabe, aceitasse comandar uma iniciativa dos padres contra a avalanche Chico Xavier.

O padre Fábio de Melo tranqüilizou-a, afirmando:

Por que levantarmos vozes contra Chico Xavier, uma figura que exemplificou o amor, sensível e que dedicou toda sua vida ao semelhante? Não há razão para isso. Embora eu não seja reencarnacionista, admiro o cidadão Chico Xavier, sua sensibilidade…

 

Admirável a resposta do padre!

O fato de discordar de Chico torna o seu posicionamento ainda mais notável. Fácil admirar quem compartilha nossos ideais. Difícil, no entanto, olhar com generosidade e valorizar aqueles cujo pensamento diverge do nosso.

Padre Fábio de Melo deixou de lado o rótulo e mergulhou na essência: os exemplos de Chico, um homem Cândido.

A religião que professamos é apenas o rótulo, a essência são nossas atitudes. E negar a grandeza do coração de Chico Xavier é “tapar o sol com a peneira”. Aliás, não apenas de Chico, mas de tantos outros missionários da bondade.

Quem em sã consciência pode tecer comentários maldosos do evangélico Martin Luther King ou de Madre Tereza de Calcutá? Impossível, são criaturas que deixaram contribuições marcantes no campo do amor e do idealismo, independentemente de suas religiões.

Não compreendo como há gente que se nega a valorizar as boas atitudes dos outros porque professam a religião A ou B. Trata-se de uma bobagem monumental, parece coisa de criança mimada. Aliás, muitas vezes nem entre confrades existe essa valorização. Uma pena!

Diferente agiu o padre: mesmo discordando dos princípios da crença de nosso Chico ele afirmou admirar o cidadão Chico Xavier. Quebrou o paradigma, olhou além das diferenças e proporcionou singular lição àquela senhora que alimentava deliberadamente o preconceito.

Com sua postura íntegra o Padre Fábio de Melo ganhou um novo admirador. Não poderia, portanto, deixar de registrar a digna atitude do sacerdote a fim de que sigamos seu exemplo de valorizar o trabalho alheio.

Corrupção, por Richard Simonetti

O que o espiritismo tem a dizer sobre corrupção

Richard Simonetti

1 – Sucedem-se os governos no Brasil e perpetua-se a corrupção, em todos os níveis de atividade, na área pública e privada. Está na alma do brasileiro?

A corrupção está na alma da Humanidade, excrescência do comportamento egoístico que caracteriza os habitantes deste planeta de provas e expiações. A preocupação exacerbada com o próprio bem-estar e, no caso, com os patrimônios materiais, inspira e sustenta a desonestidade.

2 – Mas essa tendência parece ser mais forte em nosso país.

A tendência é universal. Ocorre que em países desenvolvidos é controlada e punida. A impunidade no Brasil, principalmente em relação aos que mais se comprometem com a corrupção, é assustadora. Com raras exceções, somente os pobres vão parar na cadeia.

3 – No seu entender, quais as medidas que deveriam ser tomadas pelo governo?

Compete-lhe aprimorar os controles e instituir mecanismos que levem à punição exemplar dos infratores. Mas isso não basta, já que sempre haverá espertos capazes de burlar as leis. A educação orientada para a cidadania é o caminho mais acertado, estabelecendo controles a partir da consciência de que ser cidadão é, acima de tudo, respeitar as leis.

4 – E quanto ao Espiritismo?

Há duas frentes de ação, inspirando a honestidade. Em primeiro lugar, também a educação, não a formal, mas a educação espiritual. Com a consciência de que somos Espíritos imortais em jornada de evolução na Terra, onde nos compete combater os impulsos egoísticos que favorecem a corrupção, somos decisivamente estimulados a respeitar as leis.

5 – E a segunda frente?

Mostrar que todos responderemos por nossas ações quando retornarmos ao Mundo Espiritual, em observância plena à advertência de Jesus de que a cada um será dado segundo suas obras (Mateus, 16:27). Quem está consciente dessa realidade será sempre o fiscal incorruptível de si mesmo.

6 – Essa advertência está presente em todas as religiões, sem muita ressonância na alma dos fiéis. Por que o Espiritismo seria mais convincente?

As noções das religiões tradicionais sobre a vida espiritual são fantasiosas. Falam das coisas do Além, a partir de especulações dos que vivem na Terra. O Espiritismo fala a partir de informações dos que lá vivem, mostrando de forma clara e incisiva as consequências do comportamento humano. O saber é sempre mais incisivo do que o imaginar.

7 – Qual seria o castigo da corrupção?

Diz Dante, em A Divina Comédia, que os adeptos do princípio com dinheiro, qualquer não vira um sim, vão parar numa vala de piche fervente, no inferno, atormentados por demônios perversos. Suas fantasias guardam algo da realidade espiritual. Em O Céu e o Inferno, Allan Kardec reporta-se a Espíritos comprometidos com o erro, o vício, o crime, a desonestidade, enquanto encarnados. Inúmeros deles descrevem, em manifestações mediúnicas, seus tormentos morais, piche fervente em suas consciências, reunidos, por afinidade, em correspondência à natureza de seus crimes, em tenebrosos vales de sofrimento.

8 – A honestidade seria o passaporte para regiões mais amenas?

Sim, mas não basta cumprir as leis dos homens. Sobretudo, é preciso ser honesto perante Deus, como explica o Espírito Joseph Brê, dirigindo-se à sua neta, na obra citada: Honesto aos olhos de Deus será aquele que, possuído de abnegação e amor, consagre a existência ao bem, ao progresso dos seus semelhantes; aquele que, animado de um zelo sem limites, for ativo na vida; ativo no cumprimento dos deveres materiais, ensinando e exemplificando aos outros o amor ao trabalho; ativo nas boas ações, sem esquecer a condição de servo ao qual o senhor pedirá contas, um dia, do emprego do seu tempo; ativo finalmente na prática do amor a Deus e ao próximo.

Deus, por Richard Simonetti

Por Richard Simonetti

1 – Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec aborda como tema inicial a existência de Deus. Alguma razão especial?

Deus é a idéia primeira, a base de nossas convicções religiosas e de nossa orientação moral. Sem um Criador com objetivos definidos para a Criação, sem uma meta a alcançar, a Vida perde o sentido.

2 – A existência de Deus é um princípio de fé, uma idéia religiosa. Não compromete a racionalidade em que se situa o Espiritismo?

O objetivo da Doutrina é exatamente dar à crença uma substância de racionalidade, como bem exprime o próprio Codificador na máxima: Fé verdadeira é aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas. Kardec instituiu o princípio da fé racional.

3 – Pesquisas constatam que perto de cem por cento dos brasileiros acreditam em Deus, na sobrevivência da alma e nas conseqüências das ações humanas. Essa crença parece não repercutir em seu comportamento. Prevalecem mentiras, traições, adultérios, corrupção, vícios, isso sem falar dos que se dedicam ao crime. Como explicar essa contradição?

A crença em Deus é algo superficial, distante para o homem comum. A própria noção de que há uma justiça divina, que premia os bons e castiga os maus, não chega a repercutir no comportamento dos religiosos.

4 – O Espiritismo consegue superar esse descompasso entre a crença e a vivência?

Sem dúvida. Num primeiro momento, a Doutrina racionaliza a idéia de Deus, a partir da resposta do mentor espiritual a Kardec, na questão número quatro: podemos provar a existência de Deus considerando que não há efeito sem causa. O Universo é um efeito inteligente. Forçosamente, tem uma causa inteligente.

5 – E num segundo momento?

Mostra-nos de forma clara e objetiva como é a Vida Espiritual e o que nos espera, se não atendermos à ordem universal, disciplinando nosso comportamento.

6 – Parece não haver espaço entre os cientistas para a idéia de um Criador. Concebem que o Universo construiu-se a si mesmo, atendendo às leis que o regem.

Incrível que pessoas tão inteligentes desenvolvam raciocínios tão simplistas! Se o Universo criou-se a si mesmo, atendendo às leis que o regem, quem fez essas leis, quem as sustenta, quem as faz funcionar? Como dizia Tomaz de Aquino, se tudo é movimento na Vida Universal, desde o verme que nas profundezas do solo o fertiliza, aos mundos que se equilibram no espaço, forçosamente há um motor parado, que sustenta essa movimentação. Por isso Voltaire, não obstante sua irreverência, proclamava: Se Deus não existisse seria preciso inventá-lo.

7 – Como é Deus, sob o ponto de vista espírita?

O Deus mostrado pelo Espiritismo é o mesmo pai generoso revelado por Jesus, que aponta caminhos, acenando-nos com um glorioso porvir.

8 – A tradição religiosa sugere um pai à moda de Moisés. Misericordioso com aqueles que o obedecem, não vacila em castigar com requintes de crueldade os desobedientes. É assim para o Espiritismo?

Deus não castiga ninguém. O suposto castigo divino, quando nos transviamos, é apenas uma reação da nossa própria consciência. Fomos programados para o Bem. Quando nos envolvemos com o mal é como se agredíssemos a nós mesmos, habilitando-nos a sofrimentos regeneradores.

Copa do Mundo

Por Ary Brasil Marques

Vai começar a Copa do Mundo. Todos ficam ligados à televisão, acompanhando com entusiasmo e nervosismo, os jogos de nossa seleção.

A Copa do Mundo é uma festa, que se repete de quatro em quatro anos.

O Brasil tem se destacado como grande campeão, e é entre todos os países que participam da competição o maior vencedor.

Antes do advento da televisão, vibrávamos com as narrações dos grandes locutores de rádio do passado, que entusiasmavam a população com transmissões cheias de patriotismo e de patriotadas. Como resultado, para nós o Brasil era o melhor time, o maior, imbatível como os super heróis do gibi. Na realidade, houve uma época de grande superioridade de nosso futebol, e o Brasil conseguiu vencer a Copa por cinco vezes. Essas conquistas ocasionaram um êxodo de nossos craques para o exterior, atraídos por fabulosos salários que os clubes europeus lhes ofereciam.

Hoje a televisão a cores e de alta definição chega em nossos lares com tal clareza e nitidez e os lances não oferecem margem de interpretações dos narradores. Todos podem conferir as jogadas duvidosas tantas vezes quantas forem necessárias. A evolução do futebol em todo o mundo fez com que nos dias atuais haja mais equilíbrio entre os diversos países, e as grandes equipes encontram rivais à altura em todos os continentes. Ficou muito mais difícil para os favoritos superarem os rivais, e isso veio certamente trazer mais emoção aos telespectadores que acompanham os jogos.

No Brasil, de norte a sul, as pessoas confiam sempre na seleção, e é costume ornamentar ruas e casas com as cores de nossa equipe. Muita gente cultiva o amor às suas cores com tal fanatismo que não se dá valor aos adversários, e se culpa juizes ou a má sorte em caso de derrota.

É muito bom torcer para a seleção brasileira, mas é preciso entender que tudo não passa apenas de um jogo de futebol. Ganhar ou perder não vai fazer o nosso país melhor ou pior.

Vencer nos dá muita alegria e faz o povo feliz, e perder para a maioria da população é um verdadeiro desastre.

Vamos acompanhar as transmissões, torcer bastante, mas não passemos do limite, aceitando também a superioridade dos adversários, quando elas existirem.

Como seres humanos, todos temos altos e baixos, e a glória das conquistas não deve fazer com que não se respeite o outro, de nacionalidade diferente da nossa.

Fortaleza, 06-06-2010

O Firme Posicionamento de Kardec

Por Orson Peter Carrara

“Eu não desprezo ninguém; lamento os que agem mal, rogo a Deus e aos Bons Espíritos que façam nascer neles melhores sentimentos. E isso é tudo. Se retornam, são sempre recebidos com júbilo. Mas, correr ao seu encalço, isso não me é possível fazer .”- Allan Kardec.

Periodicamente o movimento espírita é abalado com discórdias, acusações e dificuldades de relacionamentos entre os próprios espíritas, culminando com a “roupa suja” lavada fora de casa em páginas da imprensa espírita. Isto em nada abala a Doutrina Espírita, pois se trata do comportamento do homem espírita, ainda distante da perfeição, pois que em busca do aperfeiçoamento moral.

E isto quando os fatos extrapolam para fora do ambiente onde os focos geradores da discórdia não puderam ser beneficiados pela mensagem clara do Evangelho. Mas e se buscarmos as situações localizadas de grupos que se separam, de ideais que “esfriam”, de companheiros que desertam, fruto das ambições e dificuldades morais que todos trazemos?

Em grupos pequenos ou grandes, em centros urbanos maiores ou em pequenas cidades interioranas, as dificuldades do relacionamento humano têm posto a perder grandes iniciativas que poderiam beneficiar muita gente. Infelizmente.

Mas, como agir? Como trazer de volta a concórdia, superar essas barreiras, vencer esses terríveis obstáculos?

Normalmente surgem pela disputa de poder ou pela imposição das idéias, todos porém como frutos diretos do egoísmo, inimigo do progresso já indicado pela revelação espírita. Interessante notar que são problemas de todos os tempos e lugares, dentro e fora do ambiente espírita, pois afinal trata-se de um problema humano e não exclusivo dos espíritas. Aqui analisamos a questão do movimento espírita em si, mas essas dificuldades estão em toda parte onde há a presença humana. Nota-se seus efeitos em todas as classes sociais, em todos os países, em qualquer idade ou família, em instituições, empresas e até mesmo nos conflitos psicológicos vividos na intimidade de cada um…

É o preço da inferioridade que ainda trazemos ou ainda, num melhor enfoque, um convite ao aperfeiçoamento individual (que redundará no melhoramento geral da sociedade) para que nos livremos desses entraves à tão esperada fraternidade que se espera viver na sociedade humana.

A cada ano, renovam-se os votos de paz e felicidade no ano novo, mas estas dependem do comportamento de cada um. Na soma dos bons propósitos colocados em prática.

Mas, onde fica a posição de Allan Kardec nesta questão?

Como agiria o Codificador em situações assim?

Em conferência pronunciada aos espíritas de Lyon e Bordeaux, na França, em l862, Allan Kardec expôs seu pensamento com muita clareza, demonstrando seu firme posicionamento frente aos melindres humanos. Ao examinar com profundidade as causas de certas animosidades, ele relaciona diversas situações geradoras de perturbações nos relacionamentos, citando os especuladores, os eternos descontentes, melindrosos, exaltados e outros tipos humanos, inclusive os inimigos declarados. Nos deteremos, porém, na situação escolhida para este trabalho: A censura endereçada ao Codificador, pelo comportamento de nada fazer para trazer de novo ao convívio aqueles que se afastam, por diversas razões. E aí enquadramos o movimento espírita e suas dificuldades, para citar e comentar sobre o texto inicial deste artigo.

Allan Kardec comenta de início que a censura procede e que a merece, pois jamais deu um único passo no sentido de trazer de volta os descontentes ou contrariados, apresentado seus motivos. E aqui, deixamos a palavra com ele mesmo, apresentando aos leitores pequena transcrição:

“(…) Aqueles que de mim se aproximam, fazem-no porque isto lhes convém; é menos por minha pessoa do que pela simpatia que lhes desperta os princípios que professo. Os que se afastam fazem-no porque não lhes convenho ou porque nossa maneira de ver as coisas reciprocamente não concorda. Por que então, iria eu contrariá-los, impondo-me a eles? Parece-me mais conveniente deixá-los em paz. Ademais, honestamente, carece-me tempo para isso. Sabe-se que minhas ocupações não me deixam um instante para o repouso. Além disso, para um que parte, há mil que chegam. Julgo um dever dedicar-me, acima de tudo, a estes e é isso que faço. Orgulho? Desprezo por outrem? Oh! Não! Honestamente, não! Eu não desprezo ninguém; lamento os que agem mal, rogo a Deus e aos Bons Espíritos que façam nascer neles melhores sentimentos. E isso é tudo. Se retornam, são sempre recebidos com júbilo. Mas, correr ao seu encalço, isso não me é possível fazer, mesmo em razão do tempo que de mim reclamam as pessoas de boa vontade, e, depois, porque não empresto a certos indivíduos a importância que eles a si próprios atribuem. Para mim, um homem é um homem, isto apenas! Meço seu valor por seus atos, por seus sentimentos, nunca por sua posição social. Pertença ele às mais altas camadas da sociedade, se age mal, se é egoísta e negligente de sua dignidade, é a meus olhos, inferior ao trabalhador que procede corretamente, e eu aperto mais cordialmente a mão de um homem humilde, cujo coração estou a ouvir, do que a de um potentado cujo peito emudeceu. A primeira me aquece, a segunda me enregela. (…)”

Não acha o leitor que o posicionamento de Kardec cabe bem nas dificuldades atuais do movimento espírita?

Os apelos dos espíritos, sempre presentes nas mensagens convidam o espírita a unir forças e superar barreiras, pela Causa maior de Jesus, que espera nossa adesão aos programas do bem. O Evangelho indica o caminho e o estudo doutrinário, atento e continuado, é capaz de nos fazer enxergar que as tolas vaidades e infrutíferas disputas a nada levam, a não ser a preciosa perda de tempo…

A propósito, para indicação ao leitor interessado, a íntegra do discurso pronunciado por Kardec encontra-se no livro VIAGEM ESPÍRITA EM 1862, editado pela CASA EDITORA “O CLARIM”, entre outras valiosas palestras, por ocasião de viagem a serviço da divulgação doutrinária.

Publicado originariamente na Revista Internacional de Espiritismo, de fevereiro/2000

(Texto recebido em email de Leda Flaborea, São Paulo)

Registro: Realizado o 4º Encontro “A Arte na Educação do Espírito” (Araçatuba, SP)

Texto de Ivana Nobre Módena

LOCAL DO ENCONTRO: ALIANÇA ESPÍRITA VARAS DA VIDEIRA, ARAÇATUBA, SP

 

Atividades do dia:

8h- Recepção

8h30 – abertura

9h – Palestra com o Prof. Luiz Carlos Barros Costa

10h – Oficinas:

Oficina I:  Música – Construindo Instrumentos (com Tereza Irikura)    e

Oficina II: Dança – Expressão da Alma (com Luciana Esgalha)

11h – intervalo

11h20 – Apresentação das Oficinas

12h30 – Avaliação e Encerramento

 

 

Dia 13 de junho de 2010.

10 casas espíritas de Birigui e Araçatuba e o convidado especial de Fernandópolis:

Ave Cristo; Seara do Mestre; Luz e Fraternidade; Benedita Fernandes; Irmã Angélica; Nosso Lar; União Espírita Paz e Caridade; Casa do Caminho; Aliança Espírita “Varas da Videira” e Missionários de Luz.

 

36 representantes destas instituições encontram-se para harmonização íntima que os trabalhos de arte proporcionam a todos.

Nosso principal objetivo com a proposta da “Arte na Educação do Espírito” é justamente harmonizar os acordes da nossa alma para que nossa contribuição na Seara do Mestre Jesus possa ser cada vez aprimorada na solidariedade e fraternidade.

O que buscamos neste 4º encontro foi traçado pelos próprios participantes numa dinâmica para destacar os principais anseios do dia:

  • Aprimoramento
  • Conhecimento
  • Renovação
  • Subsídios
  • Harmonização
  • Amizade
  • Relacionamento
  • Equilíbrio
  • Amor
  • Ação

 

A partir dessa dinâmica tivemos para apresentação musical, que tocou fundo nossos corações, os irmãos Rodrigo na flauta e Felipe Irikura na viola,

 

A partir da vontade expressa dos participantes, da ambientação com que a música nos envolveu, fomos agraciados pela exposição entusiasta, segura e precisa do prof. Luiz Carlos Barros Costa, que traçou um paralelo do roteiro de JESUS – KARDEC E CHICO, como um caminho eficaz para a conquista da evolução do espírito imortal. Da busca constante  da elevação espiritual a que estamos sujeitos e que podemos alcançar mais rapidamente quando despertamos nossas consciências e expandimos nossas potencialidades a favor da vida, escolhendo a “parte boa” que Jesus através do encontro com Marta e Maria, nos sugere. Da convicção de Kardec pela escolha da “parte boa”, quando eleva seu compromisso com  os planos mais altos e nos revela o intercâmbio entre os mundos, nos fazendo crer na imortalidade da alma e no real sentido de nossas existências, sem contudo contar com os aplausos do mundo terreno. Lembrou-nos da dedicação de Chico Xavier em manter a escolha da “parte boa”, quando se dedica ao trabalho no bem e inicia seus primeiros acordes na mediunidade pelos caminhos da arte em forma de poesias, no livro Parnaso Além Túmulo. Apresentando-nos assim a fundamentação teórica da proposta do encontro e dando-nos subsídios para que a produção artística na casa espírita possa primar-se pelo processo do bem, do belo e do dever de sensibilizar as almas para o despertar de suas potencialidades.

 

No término de sua exposição fomos presenteados com uma mensagem mediúnica, recebida intuitivamente pelo médium Vilson Disposti, que transcrevemos a seguir:

“ARTE COM AMOR

Do infinito verte a Arte

Que Jesus parte

Em tua direção

À espera de tuas mãos.

Façam, meus filhos hoje

O esforço no trabalho

Sem que busquem qualquer atalho.

Para escreverem com calma

Mas com a força da própria alma

A Arte do Criador

Em nome do Supremo Amor.”

Afonso de Guilhen

 

Como previsto a segunda parte do encontro foi destinado a produção das oficinas: Música – Construindo Instrumentos e Dança – Expressão da Alma, sob a coordenação de Tereza Irikura e Luciana Esgalha, irmãs dedicadas, pacientes e alegres a nos incentivar nos primeiros acordes da alma.

 

Após um breve intervalo para carregar nossas baterias com o lanchinho coletivo, uma idéia econômica e prática, pudemos assistir a peça de teatro: “Água da Paz”, uma apresentação graciosa das crianças do departamento de evangelização infantil da União Espírita Paz e Caridade, sob a coordenação da nossa amiga Rennier Isique.

 

Brilhante também foi o tão esperado momento, a produção das oficinas de dança e música. Missão cumprida, que foi realizada com amor e harmonia nos corações presentes.

 

Caminhando para o final dos trabalhos, a USE – Araçatuba apresentou seu mais recente projeto: “Encontros Musicais”, uma parceria com o Projeto “Sopro Novo” da Yamaha Musical  para a iniciação musical através do aprendizado da flauta. Trata-se de uma proposta para disseminar a música para as casas espíritas, principalmente o trabalho com as crianças; e neste primeiro momento, os multiplicadores encontram-se no processo de treinamento, sob a monitoria da Dra. Tereza Irikura, responsável pelos ensaios.

Com um mês de ensaio, os integrantes apresentaram a música “Hino à Alegria” de Beethoven.

 

 

Para finalizar os trabalhos fizemos uma avaliação dos trabalhos, que nos permitiu responder os pontos marcantes do encontro, que ao final nos remeteu ao ponto comum: satisfizemos nossas buscas expressas no início dos trabalhos e firmamos o compromisso com o aprendizado do dia, através de ações concretas trabalharmos na multiplicação da abordagem nas respectivas casas que trabalhamos. Assim como foram feitas várias sugestões para aprimorar nossos trabalhos. Para que se tome conhecimento destas sugestões, afirmamos que as avaliações e lista de presença ficarão em anexo a esse documento.

 

Nossa querida companheira Ediná leu a motivação da avaliação:

 

O QUE FICOU?

De tudo ficaram três coisas:

A certeza de que estamos sempre começando;

A certeza de que precisamos continuar;

A certeza de que seremos interrompidos, antes de terminar.

Portanto, devemos fazer:

Da interrupção, um caminho novo;

Da queda, um passo de dança;

Do medo, uma escada;

Do sonho, uma ponte;

Da procura, um encontro.

Fernando Pessoa

 

A Luzia, nossa fiel e dedicada amiga encerrou os trabalhos com a prece final,  conclamando a todos para o próximo encontro que será em 07 de agosto de 2010, na casa União Espírita “Paz e Caridade”, sábado, período da tarde.

 

Araçatuba, 13 de junho de 2010

Os 61 Anos da Aliança Espírita “Varas da Videira”

por Ismael Gobbo

O Surgimento

A Aliança Espírita “Varas da Videira” surgiu a partir de reuniões domiciliares que eram realizadas na casa do Sr. Francisco Martins Filho, na Rua Bandeirantes, 351.

No dia 21 de abril de 1949, o grupo deliberou que seria formado um núcleo para estudos e práticas da Doutrina Espírita, elegendo para tanto uma diretoria provisória assim constituída: Presidente, Francisco Martins Filho; Secretário, Sálvio Costa e, Tesoureiro, Paulo Noce. Convencionaram, também, que as reuniões passariam, a partir de então, a ser realizadas na casa do Sr. João Crivelin I, que foi o doador do terreno para a construção da sede própria, anexo à sua casa, na Rua Bernardino de Campos.

Uma segunda reunião foi realizada no dia 26 de abril, deliberando que o grupo realizaria em caráter experimental três reuniões semanais, duas práticas e uma teórica, nas terças-feiras, quintas-feiras e sábado. Foi definido o nome da entidade – Aliança Espírita “Varas da Videira” – e dada incumbência à diretoria provisória para redigir o Estatuto.

Em 6 de junho de 1949, na terceira reunião, ficou definido que a fundação seria no dia 11 de junho, com a leitura e aprovação do estatuto.
Finalmente, no dia 11 de junho de 1949, com a leitura e aprovação do Estatuto é definitivamente constituída a Aliança Espírita “Varas da Videira”.
A primeira diretoria definitiva foi eleita em 13 de agosto de 1949 com a seguinte formação: Presidente, Francisco Martins Filho; vice-presidente: Victor Bombonatti; primeiro-secretário, Sálvio Costa; segundo-secretário, Francolino Ribeiro e, tesoureiro, Paulo Noce.

Na assembléia de 29 de janeiro de 1950 foi formada uma Comissão para construção da sede própria, cuja conclusão se deu por volta de 1955.

A posição do “Varas da Videira”, localizado no centro da cidade foi, por muito tempo, sede de importantes eventos promovidos pelo movimento espírita de Araçatuba, além de oferecer suas instalações em prol dos trabalhos unificacionistas, especialmente da União Municipal Espírita.

Na Aliança, além das reuniões privativas são abertas ao público:
ESDE – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, às segundas-feiras as 20 hs;
EXPLANAÇÃO DO EVANGELHO E PASSE às terças-feiras, às 14hs, quintas-feiras, às 9hs, sextas-feiras, às 20hs e domingos às 8h45min.
EVANGELIZAÇÃO INFANTIL às sextas-feiras às 20hs
MOCIDADE ESPÍRITA aos domingos 10h 30min

Casa da Caridade

O tempo foi passando e, com as atividades doutrinárias e assistenciais crescendo, verificou-se a necessidade de ampliação do espaço físico, optando-se por fazê-la em um bairro pobre da periferia.

Coincidindo com a aspiração, a entidade recebeu um terreno no bairro Umuarama, através de doação feita por uma pessoa que pediu sigilo sobre seu nome. A partir daí outros importantes óbolos foram se somando, permitindo o erguimento de uma ampla construção, possibilitando a implantação de várias frentes de trabalho que, além de atender centenas de pessoas carentes, oferece preciosas oportunidades às dezenas de colaboradores. A inauguração se deu no dia 3 de novembro de 1990.

Inicialmente começou a ser servida a sopa aos sábados à tarde. Hoje a sopa é servida às segundas, quartas e sábado. Aos poucos, foram surgindo os vários cursos para atender as pessoas que querem e precisam aprender algo. Dentre eles destacamos: cursos de corte e costura, crochê, bordado, tricô, informática, alfabetização de adultos, gestantes, recebimentos e doações de roupas usadas e mantimentos. Ressalte-se que em todos os cursos, se faz a leitura e explanação do Evangelho. A reunião pública ocorre às terças-feiras às 20hs com explanação de perguntas de O Livro dos Espíritos e Evangelho seguidos da transmissão de passes.
E, assim, paulatinamente a Aliança Espírita “Varas da Videira” vai elaborando outros projetos de trabalho, não só para atender a grande comunidade de necessitados que buscam auxílio material, mas, sobretudo, oferecer-lhes o necessário esclarecimento espiritual oferecido pela Doutrina Espírita.

(Ismael Gobbo, Presidente da AEVV)

Literatura Espírita para Adolescentes

por Orson Peter Carrara

Havia uma lacuna imensa na literatura espírita: obras direcionadas especificamente para adolescentes. Esta fase bonita da vida, ao mesmo tempo questionadora e cheia de incertezas, inseguranças, mas também saturada da força, inteligência e dinamismo próprio dos jovens, sentia a ausência na literatura espírita de obras que atendessem aos anseios desse imenso público. Especialmente considerando os desafios que enfrentam quanto aos perigos dos drogas, dos vícios, dos conflitos com os pais e mesmo diante da afirmação pessoal.

Pois bem, um autor inspirado, também especializado na literatura infantil – com vários livros já publicados por diferentes editoras – resolveu a questão. Duas editoras lançaram obras do consagrado autor e especial amigo do Guarujá, no litoral paulista.

Eis que a Federação Espírita Brasileira publicou Fugindo para Viver, uma obra ilustrada, mas também comovente e atual. Uma obra que aborda imortalidade, comunicabilidade dos espíritos, mediunidade, vida espiritual, entre outros valiosos ensinos – como a valorização da amizade ou das virtudes em geral –, além, é claro, de seu objetivo principal: dirigir-se aos jovens, falando com clareza dos ensinos espíritas. E com que clareza!

É o que também acontece com a outra obra publicada pela Boa Nova: o primeiro da série A.N.J.O.S., onde cinco adolescentes da mesma classe se unem para realizar um trabalho de física, numa aventura emocionante que igualmente transmite os princípios espíritas e traz a realidade do mundo juvenil. A obra abre uma série que breve receberá a sequencia por meio de outras que virão. Sempre direcionada ao mundo juvenil.

O autor é o amigo Adeilson Salles, que já premiou o público espírita com romances, mensagens, reflexões e em especial obras maravilhosas destinadas às crianças. Toda a versatilidade do autor, com sua inspiração e rara habilidade no trato com as letras na elaboração de histórias que encantam e suavizam o coração. Desejo, inclusive, sugerir ao leitor pesquisar as demais obras do autor, principalmente se o leitor estiver envolvido de alguma forma com crianças, como filhos, sobrinhos ou alunos. Os livros do autor são mesmo uma preciosidade.

Desejo inclusive sugerir às instituições e coordenadores de estudos da infância e juventude para que utilizem esse precioso material. Ao mesmo tempo são ótimas sugestões para presentear. Não deixe, pois, de conhecer e divulgar tais obras.